Invasão policial do Ateneu Libertário e uma justiça ao gosto da Yeda




Em 20 de setembro deste ano completaram-se três meses da operação repressiva do governo tarso sobre nossa organização. Entre 15:30 e 16hs daquela sinistra quinta-feira a polícia civil arrombou o local do Ateneu Libertário A Batalha da Várzea, sem identificação e se fazendo passar por “federais”. Levaram livros e materiais para produção de faixas e cartazes. O apoio jurídico do Bloco de Lutas, que desde a primeira hora esteve solidário conosco, até nossos dias não achou nem sombra de um mandato judicial pra tal atropelo. Desde aqueles protestos de massa que ganharam as ruas de Porto Alegre a partir de abril já se vão mais de 70 processos de indiciamentos que correm em segredo. Não temos dúvidas de que a invasão de nosso local público foi parte de esquema pra criminalizar lutadores sociais e criar espantalhos pra desencorajar a luta contra os patrões e a burocracia por um transporte coletivo público, pelo direito a cidade pra juventude e os trabalhadores.

O Ateneu é um centro de cultura social que já leva mais de três anos de atividade, que promove debates políticos diversos, vídeos, cantores populares, grupos de estudo sobre socialismo e a corrente libertária, serviços de biblioteca, projetos de apoio a reforma agrária, solidariedade as lutas sindicais e populares da cidade, um longo etc.. É um espaço político-social de matriz libertária que tem impulso da Federação Anarquista Gaúcha, mas onde se reúnem e participam companheiros de distintos graus de afinidade. Ao longo dos protestos convocados pelo Bloco de Lutas pelo Transporte Público os companheiros/as do Ateneu se engajaram na primeira linha e aportaram desde o princípio do ano na formação deste movimento social. Nosso endereço público e notório na Travessa dos Venezianos foi lugar de debates e de produção de materiais de propaganda, faixas e cartazes.

De que delito nos acusava a cúpula de segurança do estado: delito de pensamento ou opinião? Que substâncias explosivas acharam: gás de cozinha pra esquentar a aguá pro chimarrão, material pra fazer o grude dos cartazes ou limpar os pincéis de tinta? O chefe da Polícia Civil do RS declarou triunfante durante a coletiva de imprensa do dia 21 de junho que havia sido encontrada em um local suspeito a confirmação de suas investigações: “vasta literatura anarquista”. A provocação foi longe a ponto de apreender livros da biblioteca e levar o fichário de sócios. Uma parte dos materiais roubados foram devolvidos em circunstâncias muito duvidosas, depois de nossa agitação e da solidariedade de companheiros e organizações sindicais, populares e de esquerda do mundo inteiro.

Com ordens do governo Tarso a polícia vandalizou o lugar público de uma organização de esquerda. Repetiram os expedientes da direita conservadora que haviam sido consagrados pela administração tucana da Yeda.

Em 29 de outubro de 2009 a sede da FAG, que então tinha endereço em outro local, foi invadida por forças da polícia civil, com mandados de busca e apreensão de equipamentos e materiais de agitação política. 6 companheiros foram processados por crime de calúnia e difamação a mando da então chefe do governo do estado. O detonante de tal medida: a campanha solidária com a luta dos Sem Terra em São Gabriel e a acusação da responsabilidade do governo pelo assassinato de Eltom Brum, com um tiro pelas costas da polícia durante despejo de uma ocupação.

Na segunda semana de setembro deste ano companheiros foram notificados pelo oficial de justiça sobre a sentença de pena de 8 meses de detenção revertidas em serviços comunitários pelo processo movido pela ex-governadora.

Protesto não é crime! O protesto não se cala! Basta de processos aos lutadores/as sociais.
Contra o medo e a opressão: Luta e Organização.

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